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Powershoring: por que o Nordeste está no centro da nova revolução industrial

Movimento Econômico
28 de Outubro de 2025

28 - Out

Estudo desenvolvido pela Ceplan Consultoria, aponta que o Nordeste é uma região definida como um "território de convergência de oportunidades"

O termo powershoring talvez ainda soe técnico, mas seu impacto é direto: trata-se da reindustrialização baseada em energia limpa e local, como resposta à desglobalização, à crise climática e à busca por cadeias produtivas mais seguras e sustentáveis. E se há um lugar no Brasil onde esse novo modelo já encontra terreno fértil, é o Nordeste.

A região conta com 86,8% de sua potência elétrica instalada proveniente de fontes renováveis. Em 2024, o Nordeste respondeu por 28,5% da matriz energética renovável nacional, com destaque para a energia eólica, que representa 48,8% da capacidade instalada regional (29,8 GW), e a solar, com 15,3 GW. Esse avanço reflete não apenas a abundância de recursos naturais, mas também a crescente relevância do Nordeste como supridor estratégico de energia limpa para outras regiões do país em momentos de pico de demanda.

Segundo o estudo Powershoring e Desenvolvimento Regional no Nordeste, realizado pela CEPLAN Consultoria, a região é definida como um "território de convergência de oportunidades". Em outras palavras: o Nordeste não é mais apenas promissor — ele já é realidade quando se trata de infraestrutura energética renovável.

Nos últimos 10 anos, o BNDES desembolsou cerca de R$ 63,4 bilhões para a geração de energia eólica e solar no Nordeste, sendo R$ 60,8 bilhões destinados à energia eólica. Já o Banco do Nordeste (BNB), por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), investiu aproximadamente R$ 29,2 bilhões em energia solar e R$ 16,6 bilhões em eólica desde 2017. A SUDENE, via Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), aportou R$ 5,4 bilhões no setor: R$ 3,9 bilhões para eólica e R$ 1,5 bilhão para solar, entre 2008 e 2023.

- Benefícios do Powershoring

Entre os principais benefícios do Powershoring estão a geração de empregos locais, a substituição de importações, o aumento da competitividade industrial e a redução das emissões. O estudo mostra que a descentralização da nova industrialização pode ser um vetor real de redução das desigualdades históricas do país, especialmente se houver coordenação entre políticas públicas, inovação tecnológica e sustentabilidade.

Hoje, o perfil industrial nordestino ainda é marcado por baixo adensamento tecnológico e alta intensidade energética, com setores como alimentos, minerais não metálicos, químicos e metalurgia concentrando grande parte do consumo de energia da indústria da região. Isso significa que há espaço para modernização e atração de novos clusters industriais — especialmente os voltados à transição energética, como fertilizantes verdes, equipamentos para energias renováveis, produção de hidrogênio, biocombustíveis e indústrias eletrointensivas.

O relatório da CEPLAN deixa claro: o Brasil tem uma oportunidade inédita de se posicionar globalmente como fornecedor de produtos industriais descarbonizados. Mas, para isso, é preciso integrar desenvolvimento regional, transição energética e política industrial. O Nordeste já está pronto — falta o país dar o passo adiante.

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