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Especialistas apontam potencial da Z P E de Suape para energias limpas e aço verde

01 de Outubro de 2025

01 - Out

Três empresas já manifestaram interesse em se instalar na ZPE, entre elas fábricas de e-metanol, reforçando a vocação de Pernambuco para indústrias limpas

Pernambuco entra no jogo para atrair grandes empreendimentos voltados à exportação que ficam mais competitivos, caso se instalem dentro de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), segundo três especialistas consultados pelo Movimento Econômico. O governo do Estado anunciou o pedido para a implantação de uma ZPE pública no Complexo Industrial Portuário de Suape na segunda-feira (29).

Os empreendimentos instalados numa ZPE tem vários benefícios como isenção de tributos, como o Imposto de Imposto de Importação, IPI, Cofins e ICMS, vantagens cambiais e menos burocracia para exportar, entre outros benefícios. “Setores como energias renováveis, indústrias metalúrgica e automotiva podem ser atraídos para uma ZPE, porque estes incentivos fazem a diferença nestes grandes empreendimentos”, explica o gerente de Política Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Maurício Laranjeiras.

Ele acredita que uma empresa que produza aço verde também pode ser atraída para uma ZPE. O aço verde é aquele que é fabricado utilizando processos limpos sem combustíveis fósseis. “O impacto será muito postivo”, diz Maurício, acrescentando que pode ser replicado na ZPE pernambucana as mesmas medidas adotadas pela ZPE cearense, porque a lei das ZPES permite os mesmas atribuições a todas.

O presidente do Porto de Suape, Armando Monteiro Bisneto, informou que existem três empresas interessadas em se instalar na ZPE pública de Pernambuco: as fábricas de e-metanol da European Energy, a da Go Verde e uma terceira que aguarda a aprovação da ZPE para divulgar a sua implantação no local.

“Suape pode se transformar numa grande ZPE. Por exemplo, uma fábrica de e-metanol vai importar ativos imobilizados, como equipamentos. Essa isenção tributária vai deixar esta indústria mais competitiva”, comenta Maurício.

- A lógica da ZPE é ser competitiva no mercado externo

Para o CEO da Ceplan Consultoria, o economista Paulo Guimarães, a lógica da ZPE é melhorar a competitividade no mercado externo com isenção de impostos, redução de custos e menos burocracia para exportar. “Ter uma ZPE é um benefício e uma oportunidade. O Estado de Pernambuco deve ter uma estratégia clara e atrair investimentos de maior densidade tecnológica, ampliando a conexão com o exterior, oferecendo produtos e serviços de maior valor agregado”, resume o executivo.

Ele também lembra que ter essa estratégia definida é interessante, porque, no médio e longo prazo, as ZPES devem ter um diferencial, já que a reforma tributária, – que entra em vigor em 2032 -, também vai desonerar os investimentos e as exportações. Atualmente, esta desoneração é concedida aos empreendimentos que se instalam nas ZPES. A reforma tributária não alterou os incentivos das ZPES.

Paulo Guimarães defende que a futura ZPE deve ter benefícios e políticas estaduais. E acrescenta: “Dá tempo de se planejar agregando o diferencial de Pernambuco à futura ZPE”.

- A ZPE pública pernambucana

A futura ZPE de Pernambuco será pública e administrada pelo Porto de Suape. O pedido de uma nova ZPE está sendo analisada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As ZPEs podem ser administradas por um ente público ou serem geridas por uma empresa privada.

Em Pernambuco, foi realizada uma concessão, em 2010, para a implantação de uma ZPE privada que seria instalada pela empresa Cone. “Tivemos a mesma dificuldade que outras 22 ZPEs. Prospectamos determinados segmentos que conseguiram se enquadrar melhor dentro de uma nova política fiscal e aí não vieram para as ZPEs”, explica o diretor de negócios da Cone S.A., Fernando Perez. Ele diz que a empresa preparou uma área em Jaboatão para instalar a ZPE, onde foram investidos R$ 40 milhões.

Segundo Fernando, a estrutura está pronta aguardando projetos em Jaboatão dos Guararapes. Ele também afirma que a burocracia atrapalhou o processo de instalação de empreendimentos na ZPE da Cone. “A burocracia é menor nos marcos regulatórios de alguns setores e também em demais instrumentos de regime fiscal incentivado”, diz o diretor, argumentando que estes instrumentos fazem concorrência com os incentivos da ZPE.

- Ceará e Piauí têm ZPEs em funcionamento

Uma das ZPEs mais bem sucedidas é a do Ceará que funciona desde 2013 no Complexo Portuário de Pecém. Lá, a ZPE responde, em média, por cerca de 50% das exportações cearenses, sendo produzidas chapas de aço no local vendidas ao exterior. Recentemente, foi divulgado que a ZPE cearense vai receber plantas de hidrogênio verde e o enorme data center que vai ser construído pela Casa dos Ventos em Pecém.

A outra ZPE que funciona no Nordeste é a Parnaíba, no Piauí, em operação desde 2022. O local se planeja para receber a usina de hidrogênio verde da empresa croata Green Energy Park.

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